Yahoo confirma acordo com Google; mercado publicitário critica decisão
O Yahoo confirmou nesta sexta-feira (13/6) que fechou um acordo com o rival Google para terceirizar o negócio de buscas. O CEO do Google, Eric E. Schmidt, disse que a parceira com o Yahoo foi uma vitória tripla: uma vitória para as empresas, uma vitória para as editoras e uma vitória para os anunciantes.
No caso específico dos anunciantes, eles não parecem compartilhar a mesma opinião. Publicitários ouvidos pelo jornal americano New York Times não vêem a associação entre as duas empresas como positiva.
“Há, sem dúvida, um apelo em termos de facilidade de gerenciamento e otimização de campanhas on-line”, disse Aaron Goldman, vice-presidente de marketing e parcerias estratégicas da Resolution Media, uma agência da Omnicom que realiza pesquisas de mercado. “Claro que a desvantagem é, nesse meio, a falta de motivação do Google para continuar inovando, para ser mais transparente com os dados, que é algo que vem sendo sua marca há algum tempo. O que você vai fazer, não usá-los?”
Michael Mothner, da empresa de pesquisa de mercado Wpromote, disse que o negócio é “verdadeiramente assustador a partir de uma perspectiva do anunciante, principalmente sabendo que ele precisa do Google”. “E se ele decidir aumentar os seus preços ou reavaliar outras taxas. Ele têm muito poder agora”, observou ele, acrescentando que, embora o Yahoo seja uma empresa separada, a terceirização da busca é, na prática, o mesmo que dar as chaves da casa nas mãos do Google. “A partir de uma perspectiva do anunciante, é verdadeiramente assustador quanto ele verificar que está diante de um poderoso monopólio na área de busca de anúncios.”
Em relação a questão do monopólio, Eric Schmidt disse, durante uma conferência de imprensa para falar do acordo, que as duas empresas tinham configurado o negócio de forma a atender as exigências para aprovação regulatória. O conselheiro jurídico do Google, E Kent Walker, no entanto, disse que não vê a necessidade de aprovação regulamentar na Europa. E acrescentou: "Nos Estados Unidos, por exemplo, não há nenhuma exigência de aprovação legal. Temos realizado discussões com o Departamento de Justiça americano, mas porque é um negócio cuja natureza envolve um perfil elevado”.
Walker usa como argumento que haverá benefícios para os três grupos envolvidos: os consumidores, com a melhoria da qualidade dos anúncios; as editoras, já que um teste com um grupo limitado de empresas indicou que elas teriam as receitas elevadas; e os anunciantes, com a melhoria do nível dos anúncios; leilão de preços etc.
De acordo com a empresa de pesquisa de internet eMarketer, o Google obteve 76,4% do mercado de busca paga até agora neste ano, enquanto o Yahoo ficou com apenas 7,3%. Portanto, o “desaparecimento” dos seus principais concorrentes não é uma boa notícia para os anunciantes.
"Isso vai no sentido oposto daquilo que nós marqueteiros queremos", disse Warren Cowan, CEO da GreenLight, empresa britânica de pesquisa e marketing. "Isso significa uma maior consolidação com um grande parceiro. Se um anunciante pretende diversificar os seus riscos e a difusão em vários canais, agora certamente isso ficará mais difícil de ser feito."
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