"A criação do Google trouxe uma revolução ao acesso a todo tipo de conteúdos informativos, reinventando os princípios técnicos que regiam os sites de pesquisa", afirma o jurado que revelou que Google foi o grande vencedor do Prêmio Príncipe de Astúrias de Comunicação 2008. Entre os premiados brasileiros de edições anteriores, em diversas categorias, estão o arquiteto Oscar Niemeyer, o fotógrafo Sebastião Salgado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o atual, Luiz Inácio Lula da Silva.
Para Jaime Abello, diretor da Fundação Novo Jornalismo Ibero-americano, "o prêmio para o Google é merecido, mas obviamente não é um prêmio de jornalismo, e sim de comunicação", diz. Abello destaca que "Google é uma arma poderosa para facilitar o acesso ao conhecimento e permitir sua universalização. Neste sentido, o Google se transformou numa ferramenta indispensável para muita gente. E me incluo na lista, pois todos os dias eu acesso o site".
Com a proposta de organizar a informação e deixá-la universalmente mais acessível e útil para qualquer usuário com acesso à Internet, há dez anos os norte-americanos Sergey Brin e Larry Page criaram o Google. Brin e Page conseguiram implantar a tecnologia mais inovadora a serviço do conhecimento, batendo todos os recordes de funcionalidade.
"Este prêmio confirma o fato de que a Internet é um espaço para o intercâmbio de vida e nos permite vê-la de outra maneira. Lá encontramos oportunidades, coisas boas e interessantes, e a renovação do jornalismo", acrescenta Jaime Abello.
Disputa entre grandes
A candidatura do Google se impôs a de outras 24 concorrentes, entre as quais estavam a agência fotográfica Magnum e a televisão pública britânica BBC. Considerado o melhor site de pesquisa da história da Internet, o Google permite a milhões de usuários de todo o mundo chegar a um universo de conhecimento e informação de forma extraordinariamente rápida e organizada.
Abello reconhece que, por outro lado, "também encontramos todo o lixo do mundo. O Google é perfeito também para encontrar muita porcaria, que inclusive pode trazer problemas; o site pode transmitir informações equivocadas e servir para campanhas de difamação".
"Acredito que uma das metas mais importantes que temos pela frente é educar a sociedade para usar, de uma forma melhor, a Internet. Seria ideal que as crianças e os jovens que estão convivendo com as novas tecnologias desenvolvam um critério de como pesquisar e encontrar a informação que precisam. Nós, jornalistas, temos a obrigação de discutir as mudanças em relação à ética jornalística. Ainda falta muito para que este meio de comunicação seja mais positivo e deixe de atuar negativamente", afirma o diretor da Fundação Novo Jornalismo Ibero-americano.
Novos desafios
Segundo Carlos Cortés, diretor do Centro de Treinamento da Radio Nederland, em São José, na Costa Rica, "estas novas realidades implicam em mudanças diretas no nosso trabalho como jornalistas. Há novas demandas, mas também ameaças. E a Internet tem a vantagem de ser ao mesmo tempo um meio de comunicação e um espaço de toda a sociedade. Não tem nada a ver com o que estamos acostumados, ou seja, meios independentes com tecnologias isoladas. O que a Internet gera é uma união dos meios de comunicação e as atividades interpessoais", argumenta Cortés.
O Google está presente no mundo inteiro, atende um sem-número de pedidos diariamente e realiza pesquisas sobre milhões de sites e imagens.
Além disso, A Fundação Príncipe de Astúrias informou que os coordenadores do Google colaboram com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), num projeto de alfabetização que, mediante a procura de livros, textos acadêmicos e material didático, compartilhado numa mesma página na Internet, tem como objetivo fomentar a leitura e a educação em todo o mundo.
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