São Francisco – Eric Schmidt, CEO do Google, deu uma entrevista ao jornalista Ken Auletta, da revista New Yorker, nesta quarta detalhando sua teoria da competição na indústria da web.
E disse que o famoso mantra da empresa, “Don´t be evil” (Não seja maldoso), é mal compreendido. Na entrevista, Schmidt disse que o ditado “Não seja maldoso” é para provocar o debate interno sobre o que constitui o comportamento ético corporativo em vez de representar uma posição de moral absoluta. “Nós não temos um ‘medidor de maldades’ para aplicar, para avaliar o que é bom e o que é ruim”, Schmidt disse para uma platéia formada por profissionais de mídia num evento realizado na Newhouse School, em São Francisco.
Em outras frentes, Schmidt disse que o Google está tendo uma abordagem conservadora para lucrar com a propaganda nos vídeos online, enquanto observa a telefonia móvel atraindo a fatia mais lucrativa deste mercado. “O Google está avançando para transformar o YouTube lucrativo através de novas formas de propaganda, o que será revelado em 2009”, disse Schmidt. Ele estava cauteloso sobre o quão lucrativo isto prove ser.
Por enquanto, o tráfego do YouTube consome a maior parte da banda de rede de saída. Mas ele disse que isto possivelmente poderia levar à “criação de uma nova indústria”. “Não sabemos ainda como vamos ter lucros significativos com o YouTube”, disse Schmidt. “Mas parece óbvio que devemos ser capazes de fazer algum dinheiro.” Seu otimismo é baseado em dois fatores-chave: “Sabemos que as pessoas estão assistindo” e “Nós temos tempo para investir”.
Falando do mercado emergente de propaganda na web para a telefonia celular, Schmidt disse que a grande maioria das buscas no Google em telefonia móvel é feita no Iphone, da Apple, que tem um browser. “Parece que a telefonia móvel conseguirá as maiores taxas de anúncios, porque eles podem ser enviados de acordo com os usuários de determinada localidade. Discutindo maldade corporativa Quando foi ser CEO do Google há sete anos, Schmidt pensava que a frase “Não seja malvado” era uma piada que os fundadores do Goggle, Larry Page e Sergey Brin, fizeram com ele.
Schmidt lembra-se que em 2001, numa reunião, quando um engenheiro interrompeu uma discussão sobre estratégia de produto dizendo “Isto é maldoso”. “É como uma bomba que explode dentro de uma sala. Tudo parou. Todos tiveram uma discussão ética e moral, o que, a propósito, abortou o produto. “Então, é uma regra cultural, um modo de forçar uma discussão, especialmente em áreas ambíguas”, explicando como esta estratégia funciona na prática no Google. Schmidt reafirmou que o objetivo principal da companhia não é fazer dinheiro vendendo anúncios, seja em banners ou em buscas, seja em vídeo online, TV e celulares. “O objetivo da companhia não é monetizar tudo, e sim mudar o mundo...
Nós não começamos da monetização. Começamos da perspectiva dos problemas que temos”, disse Schmidt, referindo-se aos grandes problemas mundiais. Além de seu principal negócio, o Google, através do seu braço filantrópico, o Google.org, empenha-se para desenvolver energia renovável, prevenir doenças e promover a transparência governamental. Mas com seu domínio no mercado de busca - ponto de partida para muitos usuários de internet –, o Google enfrenta crescente comparação com seu arqui-rival Microsoft, com seu longo domínio no mercado de software.
O Google tem recebido críticas dos ativistas dos direitos humanos por fazer negócios com a China e, também, sobre questões de privacidade, que nasce nas montanhas de dados coletados nos computadores dos usuários de internet. Teoria da competição Falando aos jornalistas logo após a entrevista com Auletta, Schmidt contestou a opinião de que o Google domina a internet. Ele disse que enquanto o Google talvez domine o mercado de buscas contra o rival Yahoo, este é o líder do concorrido mercado de publicidade online, preferido pelos marqueteiros corporativos para o mercado de marcas. Schmidt não quis comentar se esfriaram as conversas com o Yahoo sobre o acordo na parceria em anúncios, que poderia ser uma alternativa às negociações entre Microsoft e Yahoo em potenciais parcerias, incluindo anúncios.
Ele comentou que mercados experientes permitem aos jogadores cooperar e competir, citando a IBM como modelo. Com um processo antitruste rondando sua porta por décadas, a IBM tornou-se um fornecedor de componentes, o que possibilita outras empresas de tecnologia a se desenvolver. Schmidt diferencia este estilo competição aberta com a estratégia do “vencedor-ganha-tudo” da Microsoft com o Windows e outros tipos de software. “O modelo Microsoft, onde é o único competidor, não é, de fato, o modelo de uma estrutura industrial madura”, disse Schmidt. “A estrutura industrial madura é onde os pedaços das partes são construídos por pessoas em modos razoavelmente justos e transparentes.” “Você tem de resolver na sua cabeça o fato de que há competição e colaboração num mercado maduro.”
Schmidt, do Google, fala sobre o bem e o mal
Marcadores: Google
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