O júri dos Prémios Príncipe das Astúrias atribuiu o galardão deste ano ao motor de busca Google na categoria Comunicação e Humanidades. A candidatura do Google, proposta pelo diplomata espanhol José Luís Prado, impôs-se num um total de 25 candidatos oriundos de 12 países.
Os membros do jurí consideraram que “o Google fez, em apenas uma década, uma gigantesca revolução cultural e proporcionou o acesso generalizado ao conhecimento”. Deste modo, o motor de busca “contribuiu de maneira decisiva para o progresso dos povos, ultrapassando as fronteiras ideológicas, económicas, linguísticas e raciais”.
A Fundação Príncipe das Astúrias considerou ainda que o objectivo do Google ao longo destes dez anos de vida tem sido “organizar a informação mundial e torná-la acessível e útil para qualquer utilizador com acesso à internet em todo o mundo”.
O Google derrotou a agência fotográfica Magnum, uma das grandes favoritas ao prémio. Outros dos candidatos à edição deste ano eram o jornalista Bob Woodward, o francês Daniel Cohn-Bendit (líder do Maio de 68), a Wikipédia e o jornalista espanhol Manuel Leguineche, favorito de alguns dos membros do jurí, que mostraram a sua indignação com a atribuição do prémio.
Para Javier Gonzáles Ferrari, da rádio espanhola “Onda Cero”, “já vai sendo hora do prémio ser atribuído a um espanhol”, defendendo que Leguineche é “o repórter por excelência”. “A categoria devia mudar de nome e chamar-se «Comunicação, Humanidades e Ferramentas», pois é isso que o Google é: uma ferramenta”, acrescentou Ferrari.
O Google é considerado o maior motor de busca da história da internet pelo trabalho que tem realizado desde a sua fundação a 27 de Setembro de 1998 por Larry Page e Sergey Brin, na altura estudantes da Universidade de Standford.
Os Prémios Príncipe das Astúrias são atribuídos todos os anos pela fundação espanhola com o mesmo nome a indivíduos ou instituições de todo o mundo que tenham contribuído significantemente nas seguintes categorias: artes, desporto, ciências sociais, comunicação e humanidades, concórdia, cooperação internacional, letras e investigação científica e técnica.
Na passada edição, o prémio na categoria de Comunicação e Humanidades foi atribuído à revista “Science and Nature”.
Uma escultura desenhada pelo catalão Joan Miró é oferecida anualmente aos vencedores, assim como um prémio no valor de 50 mil euros em cada uma das categorias.
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