da Folha Online
Centenas de milhares foram às ruas de cidades de Israel para celebrar os 60 anos da fundação do Estado, cujas comemorações têm início nesta quinta-feira. A independência foi proclamada em 14 de maio de 1948, mas, segundo o calendário judaico (lunar), o feriado ocorre a cada ano em diferentes datas, entre abril e maio.
Segundo o "Haaretz", as celebrações incluem números do Exército israelense --shows acrobáticos com aviões da Força Aérea, exibições de pára-quedistas e apresentação da orquestra militar, entre outros eventos programados em Haifa, Herzliya e Tel Aviv.
Em Tel Aviv, um número foi mal-sucedido depois que o pára-quedista que se apresentava caiu sobre a platéia que assistia ao show em uma praia. Oito pessoas se feriram --três delas gravemente. O pára-quedista e um espectador foram hospitalizados em estado crítico.
As celebrações tiveram início nesta quarta-feira, com uma cerimônia no monte Herzl, em Jerusalém. O local foi nomeado em homenagem a Theodor Herzl, o fundador do movimento sionista moderno. A porta-voz do Knesset [Parlamento], Dalia Itzik, abriu o evento com um discurso no qual lembrou os principais avanços de Israel durante os 60 anos de existência.
No início de seu discurso, ela expressou sua simpatia pelos soldados mortos, e disse também que está "ciente do grave fenômeno da violência" na sociedade. "Não são as guerras contra nossos inimigos que irão nos derrubar, mas sim nós, com nossas próprias mãos, somos capazes de nos colocarmos em locais onde não gostaríamos de estar", disse ela.
Membros das forças de segurança de Israel hastearam a bandeira nacional, marcando o fim do Dia da Memória, que lembra os soldados israelenses mortos e as vítimas de atentados.
A cerimônia oficial foi seguida de dezenas de fogos de artifícios e celebrações nas ruas.
Durante a madrugada de hoje, milhares assistiram a performances de artistas locais.
Shows de laser e fogos de artifício foram realizados nas principais cidades. Na praça Rabin, em Tel Aviv, que homenageia o ex-premiê Yitzhak Rabin, milhares se reuniram para a festa.
Presidência
Em entrevista dada para marcar a ocasião, o presidente israelense, Shimon Peres, ressaltou os avanços do país nas áreas de ciência e tecnologia.
"Nós somos pequenos em tamanho, então não podemos nor tornar um grande mercado ou indústria. Mas Israel poderia ser um importante laboratório", afirmou ele.
Peres deve ser anfitrião, na próxima semana, de uma conferência em Jerusalém para marcar o aniversário, à qual devem comparecer o presidente dos EUA, George W. Bush, o ex-premiê britânico e atual enviado especial do Quarteto para o Oriente Médio, Tony Blair, e o ex-líder soviético Mikhail Gorbachev.
O grupo de personalidades que visitará o país inclui também o prêmio Nobel da Paz Elie Wiesel, o magnata da mídia Rupert Murdoch, os fundadores do Google e do Facebook, Sergey Brin e Mark Zuckerberg, respectivamente, o ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger e o presidente do grupo indiano Tata, Ratan Tata.
EUA
No dia 1º de junho, a capital Washington irá sediar o "Israel@60: Uma Celebração Capital", evento que irá durar o dia todo, com a apresentação de uma banda israelense e de vários artistas, como Regina Spektor e Mandy Patinkin. A cidade de Nova York também comemora no dia 1º de junho, com apresentações de música, mostras de arte, além de outros eventos a serem realizados durante maio e junho.
Desde o dia 4 de maio, banners com imagens mostrando a diversidade da população de Israel foram espalhados por 51 quarteirões ao longo da Quinta Avenida, como parte da campanha "Faces de Israel".
Entre os israelenses que aparecem nos banners estão um refugiado vietnamita que representa um banco israelense em Singapura, o jogador de basquete negro Derrick Sharp, que se mudou dos EUA há 15 anos e joga na seleção israelense, e o diplomata árabe-israelense Rania Jubran.
No Reino Unido, uma parada com com bandas de fanfarra será realizada no dia 29 de junho na Trafalgar Square, em Londres. Alguns eventos comemorativos já foram realizados e continuarão em diversos países, entre eles Austrália, Brasil, França, África do Sul e Itália.
Gaza e Cisjordânia
Durante o feriado, Israel proibiu a entrada de palestinos de Gaza e da Cisjordânia no país, temendo atentados por parte de militantes.
No final de abril, o chefe da Inteligência Militar do país já havia manifestado o temor de algum ataque nas comemorações.
Palestinos realizaram protestos em Gaza e na Cisjordânia contra a criação de Israel, chamada pelos árabes de nakba (tragédia).
Em Belém, cerca de 500 manifestantes seguiram um caminhão que carregava uma chave gigante, que simboliza a esperança dos refugiados de um dia retornarem às suas terras.
No Brasil
Vários eventos também serão realizados pela comunidade judaica no Brasil para marcar a data. O principal deles, chamado "Evento Central de Yom Haatzmaut" e promovido pela Embaixada de Israel no Brasil, pela Confederação Israelita do Brasil (CONIB), pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (FISESP) e pela Associação Brasileira A Hebraica de São Paulo, ocorre na segunda-feira (12) às 20h, no Teatro Arthur Rubinstein.
O governador José Serra, o prefeito Gilberto Kassab, e os cônsules dos países a serem homenageados, além de lideranças da comunidade judaica, devem comparecer ao evento. Os convidados serão recebidos pela embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon e pelos presidentes da Conib, Jack Terpins, da Fisesp, Boris Ber e de A Hebraica, Peter Weiss.
Já nesta quinta-feira, às 14h30, no Centro da Cultura Judaica, em SP, ocorre o evento União em Iom Haatzmaut, que contará com atrações para marcar os 60 anos do Estado de Israel.
Na ocasião, haverá apresentação da Orquestra do Lar das Crianças da CIP (Congregação Israelita Paulista), da cantora Regis Karlik e do grupo de dança do Colégio Renascença, além da abertura da exposição de fotos de Israel, coordenada pelo Fundo Comunitário.



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